O estudo do desenvolvimento do ser humano constitui uma área do conhecimento da Psicologia cujas proposições concentram-se no esforço de compreender o homem em todos os seus aspectos, englobando fases desde o nascimento até o seu mais completo grau de maturidade e estabilidade. Tal esforço tem culminado na elaboração de várias teorias que procuram reconstituir, a partir de diferentes metodologias e pontos de vistas, as condições de produção da representação do mundo e de suas vinculações com as visões de mundo e de homem dominantes em cada momento histórico da sociedade.
Dentre essas teorias, a de Jean Piaget (1896-1980), que é uma de minhas fontes de referência, não foge à regra, na medida em que ela busca, como as demais, compreender o desenvolvimento do ser humano
Piaget sustenta que a gênese do conhecimento está no próprio sujeito, ou seja, o pensamento lógico não é inato ou tampouco externo ao organismo mas é fundamentalmente construído na interação homem-objeto.
Está implícito nessa ótica de Piaget que o homem é possuidor de uma estrutura biológica que o possibilita desenvolver o mental, no entanto, esse fato por si só não assegura o desencadeamento de fatores que propiciarão o seu desenvolvimento, haja vista que este só acontecerá a partir da interação do sujeito com o objeto a conhecer.
Piaget considera 4 períodos no processo evolutivo da espécie humana que são caracterizados "por aquilo que o indivíduo consegue fazer melhor" no decorrer das diversas faixas etárias ao longo do seu processo de desenvolvimento.
São eles:
1º período: Sensório-motor - 0 a 2 anos
2º período: Pré-operatório - 2 a 7 anos
3º período: Operações concretas - 7 a 11 ou 12 anos
4º período: Operações formais - 11 ou 12 anos em diante
4º período: Operações formais - 11 ou 12 anos em diante
A faixa etária de meus alunos encontra-se no 3º período, ou seja, das Operações Concretas.
Hoje, 25 de maio, dei uma série de desafios onde meus alunos apenas deveriam utilizar seu raciocínio lógico. Um de meus alunos, tido como de inclusão, não estava conseguindo refletir sobre as propostas dos desafios, não conseguia chegar a lugar algum. Pedi a ele que lesse as situações para mim e que desenhasse a situação. Junto comigo e, ao mesmo tempo, sem minha interação, ele conseguiu chegar à resposta.
Muitas vezes propomos uma atividade cuja "ordem" fica um pouco complicada para estes alunos. Ler de uma forma diferente, fazer o aluno ler de forma diferente não é dar a resposta, é apenas indicar a porta, e a chave para abrir esta porta o aluno encontrará com maior facilidade.
Um comentário:
Oi Suzan!! A partir dessa tua postagem podemos pensar o quanto é importante estarmos atentos para as dificuldades dos nossos alunos e que, muitas vezes, ações simples podem ser consideradas facilitadoras do processo. Abração!!
Postar um comentário