Quando foi sugerido o Projeto de Aprendizagem sobre a vida dos índios brasileiros, um dos alunos fez uma pergunta que me deixou surpresa e, ao mesmo tempo, envergonhada. Surpresa pela pergunta bem elaborada e envergonhada por nunca ter pensado neste assunto. A pergunta era: Eu sei que existe uma tribo no Brasil que mata as crianças deficientes. Existem outras tribos que fazem o mesmo?
Nunca tinha me passado pela cabeça que houvessem índios deficientes. Tenho vergonha de nunca ter pensado ou lido sobre este assunto. É claro que há índios deficientes: cegos, surdos, deficientes mentais e físicos. Qual o destino desses seres, vivendo numa cultura tão diferente da minha?
Quando foi apresentado o PA, o grupo responsável por este tema fez uma detalhada exemplificação do que ainda hoje ocorre entre as diferentes tribos. Confesso que não acreditei no que ouvi. Resolvi perquisar também.
Fiquei horrorrizada com o que li e vi (no vídeo do youtube).
Felizmente vi que existem pessoas interessadas em terminar com estas atrocidades:
O aluno que propôs a questão de investigação tem um irmão com Síndrome de Down e ele sempre se preocupou com o bem-estar e o futuro de seu irmãozinho (já conheço sua história desde o 3° ano). É lógico que ele se preocuparia com nossos irmãos sílvicolas que apresentam as mesmas deficiências.
Depois desta aprendizagem sobre o assunto, fico imaginando quantas almas pereceram em prol de uma cultura e quantas pessoas, ditas civilizadas, não compactuaram com estas bárbaries (principalmente no vídeo, quem estava fazendo a filmagem?).
E meu pensamento foi além... todos os dias vejo, pelo noticiário, bárbaries semelhantes a estas, cometidas por pessoas cultas e com diploma de nível superior. Mas estas notícias passam ao longe da atenção do nosso povo, que está mais interessado nas fofocas entre os famosos, nos reality shows. A minha desinformação sobre o assunto não é causa de um olhar menos crítico sobre a realidade do nosso país?
Quero, ao longo deste ano letivo, aprender muito mais ainda com meus alunos, mas acima de tudo, quero aprender com eles a me dedicar mais ao sentimento humano. As crianças sonham, como qualquer adulto, mas elas não almejam, logo de início, as grandes alturas, elas voam no raso, aprendendo e ensinando a voar.
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