sábado, 30 de agosto de 2008

DEMOCRACIA






"Democracia é um estado de participação"
(Bordenave - 1994).
"A democracia participativa, para este autor, é aquela emque os cidadãos, ao sentirem-se fazendo parte de uma nação ou grupo social, têm parte real na sua condução e para isso tomam parte na infindável construção de uma nova sociedade da qual se sentem parte" (Isabel Letícia Pedroso de Medeiros e Maria Beatriz Luce).
As mudanças vividas na atualidade (décadas de 80 e 90) em nível mundial, em termos econômicos, sociais e culturais, com a transnacionalização da economia e o intercâmbio quase imediato de conhecimentos e padrões sociais e culturais, através das novas tecnologias da comunicação, entre outros fatores, têm provocado uma nova atuação dos Estados nacionais na organização das políticas públicas, por meio de um movimento de repasse de poderes e responsabilidades dos governos centrais para as comunidades locais. Na educação, um efeito deste movimento são os processos e descentralização da gestão escolar, hoje percebidos como uma das mais importantes tendências das reformas educacionais em nível mundial e um tema importante na formação continuada dos docentes e nos debates educacionais com toda a sociedade.
A gestão democrática da educação formal está associada ao estabelecimento de mecanismos legais e institucionais e à organização de ações que desencadeiam a participação social: na formulação de políticas educacionais; no planejamento; na tomada de decisões; na definição do uso dos recursos e necessidades de investimento; na execução das deliberações coletivas, nos momentos de avaliação da escola e da política educacional. Também a democratização do acesso e estratégias que garantam a permanência na escola, tendo como hotizonte a universalização do ensino para toda a população, bem como o debate sobre a qualidade social dessa educação universalizada.
Falar em gestão democrática nos remete, quase que imediatamente a pensar em autonomia e participação. O que podemos dizer sobre esses dois conceitos, já que há diferentes possibilidades de compreendê-los?
Autonomia é uma tarefa que se apresenta de forma complexa, pois se pode crer na idéia de liberdade total ou independência, quando temos de considerar os diferentes agentes sociais e as muitas interfaces e interdependências que fazem parte da organização educacional. Por isso, deve ser muito bem trabalhada, a fim de equacionar a possibilidade de direcionamento camuflado das decisões, ou a desarticulação total entre as diferentes esferas, ou o domínio de um determinado grupo, ou, ainda, a descentralização das questões mais amplas que envolvem a escola.
Outro conceito importante é o da participação, pois também pode ser exercida em diferentes níveis. Podemos pensar a participação em todos os momentos do planejamento da escola, de execução e de avaliação, ou pensar que participação pudesse ser apenas convidar a comunidade para eventos ou para contribuir na manutenção e conservação do espaço fésico. Portanto, as conhecidas perguntas sobre quem participa?, como participa?, no que participa?, qual a importância das decisões tomadas?, devem estar presentes nas agendas de discussão da gestão na escola e nos espaços de definição da política educacional de um município, do estado ou do país.

domingo, 24 de agosto de 2008

GESTÃO DEMOCRÁTICA DA EDUCAÇÃO



O imperativo da gestão democrática é a formação do coletivo, pelo qual, as escolas deverão organizar-se de forma participativa, cumprindo o princípio da democratização das decisões. Neste processo, os docentes assumem a responsabilidade primeira com a construção da identidade do estabelecimento escolar, assim como, deverá a comunidade organizar-se sob a forma de conselhos no sentido de participar ativamente das decisões escolares.
Para funcionar em uma perspectiva democrática, os Conselhos, de composição paritária, devem respaldar-se em uma prática participativa de todos os segmentos escolares (pais, profesores, alunos, funcionários). Para tal, é importante que todos tenham acesso às informações relevantes para a tomada de decisões e que haja transparência nas negociações entre os representantes dos interesses, muitas vezes, legitimamente conflitantes, dos diferentes segmentos da comunidades escolar. Os conselhos e assembléias escolares devem ter funções deliberativas, consultivas e fiscalizadoras, de modo que possam dirigir e avaliar todo o processo de gestão escolar, e não apenas funcionar como instância de consulta.
Em seu Projeto Político Pedagógico, construído através do planejamento participativo, desde os momentos de diagnóstico, passando pelo estabelecimento de diretrizes, objetivos e metas, execução e avaliação, a escola pode desenvolver projetos específicos de interesse da comunidade escolar, que devem ser sistematicamente avaliados e revitalizados. A gestão democrática da escola significa, portanto, a conjunção entre instrumentos formais - eleição de direção, conselho escolar, dscentralização financeira - e práticas efetivas de participação, que conferem a cada escola sua singularidade, articuladas em um sistema de ensino que igualmente promova a participação nas políticas educacionais mais amplas.

COMO GARANTIR O PLURALISMO DE IDÉIAS PEDAGÓGICAS?



O inciso III do artigo 206 da Constituição de 1988 trata do pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino.
As instituições de ensino têm que levar em conta que a qualidade de ensino passa necessariamente pelo respeito ao pluralismo de idéias de professores, alunos e pais de alunos e da comunidade envolvida com a comunidade escolar.
Convém que entendamos duas noções básicas sobre o princípio do pluralismo de idéias. Primeiro, devemos entender os conceitos de idéia e idéias, no âmbito educacional, que são bem distintos.
A constituição faz referência a idéias (no plural) por entender que, no ambiente escolar, são previsíveis pensamentos ou concepções dos professores e alunos em diversos domínios dos conhecimentos sejam de ordem teórica, doutrinária ou filosófica.
A escola deve respeitar, por força desse princípio, os diferentes pontos de vista ou opiniões dos agentes educacionais.
Cada professor tem seu olhar sobre a vida e a compreensão sobre o mundo. O respeito às diferenças ideológicas é a base para a perfeita comunhão interpessoal.
As instituições de ensino não devem pensar que o ambiente escolar é lugar de uma única idéia sobre os temas e ocorrências pedagógicas. Nós somos fundamentalmente portadores de idéias. O homem é um ser pensante, portanto, um ser de idéias.
No ambiente escolar, não há como disciplinar uma só concepção ou idéia na formação de alunos. A pedagogia é uma forma de conduzir, é um processo, e por isso, várias são as motodologias possíveis para se levar o aluno adiante, ao fim último da educação escolar: o desenvolvimento humano, a cidadania e a preparação para o mundo do trabalho.

domingo, 17 de agosto de 2008

O QUE É SER ADULTO?



Para conceituar o termo "adulto", recorri à muitas fontes, inclusive à Piaget em "Seis estudos de Psicologia", pois o mesmo apresenta claramente as etapas do desenvolvimento do ser humano: recém-nascido e lactente, a primeira infância, a criançade 7 a 12 anos, o adolescente.

Ao ler as etapas na teoria piagetiana, entendi, em linhas gerais, que as características de cada uma delas não diferem das características que constituem os seres humanos, independentemente da idade cronológica que estes possuem. Ou seja,as operações cognitivas, os desejos, as afeições apontadas por Piaget, do recém-nascido ao adolescente, fazem parte do funcionamento mental dos "adultos". Sendo assim, ouso dizer que a idade adulta, longe de ser um período de gozo da aprendizagem, de equilíbrio e de estabilidade emocional, é composta por inúmeras situações que levam uma pessoa a agir, a pensar, a decidir de diferentes modos que podem ser extremamente parecidos com o modo de um bebê chorar pela mãe ausente, de uma criança de 6 anos que pensa que a Lua a acompanha, ou ainda, com a maneira destemida de um adolescente enfrentar a autoridade. Ou seja, afirmo que não é o número de anos de uma pessoa que define como ela pensa ou age; é a situação posta pela vida, é a experiência que está sendo vivida, é o modo de conceber a realidade que definirão o modo de ser e fazer de um sujeito.

Sendo assim, suponho que, em muitas situações da sua vida, classificada como a vida adulta inclusive, o ser humano continua a sonhar com o "impossível", mesmo porque nosso sistema favorece ideologicamente a crença no dom, no mérito e no trabalho, permitindo que alguns poucos "vencedores" sobrevivam às armadilhas deste sistema econômico e social excludentes.

Feita a pesquisa e na tentativa de alcançar o objetivo deste tarefa, pergunto-me: existe de fato um homem adulto, ou seja, um homem que tivesse maturidade, autonomia, cooperação, pensamento lógico,... e que não tivesse sonhos extraordinários (às vezes utópicos) para seu futuro, medos inexplicáveis e se considerasse em constante evolução? Não, não existe; existem sim, fases da vida do ser humano nas quais ele vem a ter o perfil descrito nas quatro etapas do desenvolvimento infantil.

Pierre Furter diz em sua obra "Reflexão e Educação" que o ser humano pode ser definido como um ser inacabado, e, por ser inacabado, tende à perfeição.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

PLANEJAMENTO DO TEMPO

Dizem que a vida começou a partir de um sopro. A verdade é que, a todo momento, ela continua se renovando. É aí que nós entramos. Nossas idéias e atitudes têm um papel: transformar a realidade. Disseminar essa transformação. Integrar as soluções conquistadas. Para nós, fazer brotar algo novo é mais que um propósito, é um compromisso.
Fazer o planejamento do uso de meu tempo foi uma novidade para mim, jamais tinha pensado neste assunto, e concluí que é uma necessidade tão grande quanto o planejamento orçamentário.
Tem dias em que o tempo nos surge como um velhinho de alvas barbas, moroso e esquálido. Tem dias que surge como uma criança, faceira e ligeira. Este tempo-criança sempre aparece quando estamos fazendo coisas agradáveis ou quando temos algo urgente para fazer.
Descobri, ao fazer o planejamento do uso do tempo, que meu dia deveria ter mais de trinta horas, mas que apesar de ter um dia "corrido e apertado", estou conseguindo realizar todas minhas atividades necessárias e que, principalmente, estou conseguindo "viver" com alegria.
Ao construir a tabela, me deparei com um obstáculo: ela começa as 7 horas da manhã e meu dia começas as 5 horas e 20 minutos. Tudo bem, desconsiderei o café da manhã e o deslocamento até Sapiranga. A construção desta tabela gerou um conflito: será que estou dedicando horas suficientes para o PEAD? Será que não dedico muitas horas para o lazer? Acho que não. Preciso destas horas de lazer para me fortificar para todo o resto, principalmente, para o Pead.
Fiz uma descoberta importante: sou quase uma misantropa (não dedico nem uma horinha para atividades filantrópicas), a não ser que seja filantropia visitar e jogar cartas, uma vez por mes, com os pais do meu ex-marido? ou participar de bingos beneficentes? Fiquei na dúvida. Mas quando isso ocorre, ocorre nas minhas horas de lazer.
Neste semestre pretendia fazer uma pequena viagem (Beto Carrero novamente ou Ilha do Mel) num feriadão (dia da criança e dia do professor). Impossível. Neste único feriadão será o casamento de minha filha.
Na construção desta tabela do meu tempo (que não é definitiva ou imutável, ao contrário, é flexível) aprendi que o processo de administrar o tempo não é fácil, foi preciso tornar-me senhora do meu tempo para administrá-lo.
Embora o equipamento básico de que dispomos para viver seja a nossa mente, o tempo é o recurso fundamental da nossa vida, a matéria prima básica de nossas atividades.
O tempo é vida. Quem administra o tempo ganha vida, mesmo vivendo o mesmo tempo. Prologar a duração de nossa vida não é algo sobre o qual tenhamos muito controle. Aumentar a nossa vida ganhando tempo dentro da duração que ela tem é algo, porém, que está ao alcance de todos.
O tempo não é como riquezas, que podem ser acumuladas para uso posterior. Quem não administra o seu tempo joga sua vida fora, porque um dia só pode ser vivido uma vez. Se o tempo de um dia não for usado sabiamente, não há como aproveitá-lo no dia seguinte. Amanhã será sempre um novo dia e o hoje perdido terá sido perdido para sempre.
É sempre bom lembrar que, da mesma forma que o mau uso do tempo causa stress, o bom uso do tempo normalmente traz satisfação, sentido de realização e felicidade.

REFLEXÃO SOBRE O DESFECHO DO SEMESTRE 2008/I

a) Que aprendizagens se consolidaram ao preparar a síntese-reflexão?
As atividades realizadas nas interdisciplinas deste semestre oportunizaram excelentes aprendizages.
Durante a preparação da síntese-reflexão foi necessário repassar todas as atividades realizadas e postadas, reler os textos oferecidos, e toda esta corrida para a realização da síntese ofereceu uma reaprendizagem em muitos conteúdos, principalmente o legado de Piaget: os quatro estágios no desenvolvimento da criança (sensório-motor, pré-operatório, operações concretas, operações formais).
Com o passar do tempo, a acomodação nos faz esquecer da importância dessas etapas no desenvolvimento infantil. A confiança excessiva na nossa capacidade profissional nos turva a visão da real necessidade do aluno. Pulamos etapas para cumprir com os conteúdos básicos do ano letivo, e, ao darmos estes "pulos", não nos preocupamos com o que realmente importa: a aprendizagem da criança e não a sua faixa etária.
b) Que aprendizagens se consolidaram no preparo da realização do Workshop?
A preparação do Workshop gera um conflito de idéias: escolher palavras-chave, escolher as melhores citações que exemplifiquem ou expliquem o nosso conhecimento.
A maior aprendizagem consolidada no preparo da minha apresentação final do semestre, além de salvar meu trabalho em disquete (nunca tinha feito sózinha) foi sobre a Evolução Antropológica citada por Zoltan Paul Dienes.
Até então, desconhcia as relações recíprocas existentes entre o desenvolvimento do indivíduo (ontogênese) e o de sua espécie (filogênese). Estas relações levam à integração das teorias de Piaget, Dienes e a Antropologia.
Como exemplo:
O homem no Pré Hominídeo: A Evolução Antropológica classifica-o como um "selvagem". Piaget relaciona com a criança que está no estágio "sensório-motor". Dienes classifica como "jogo livre", ou seja, cada um por si e à sua vontade.