domingo, 30 de maio de 2010

VIVENDO, APRENDENDO E REAPRENDENDO!

Já tinha conhecimento dos Quatro Pilares da Educação (durante o magistério e no Pead), mas como tudo que é destinado a um cantinho que não é utilizado com frequência, é esquecido.
Max Haetinger reavivou nossa (minha e de todo professorado presente na palestra) memória sobre o assunto, citando o "Documento de Delors", que enfatiza os objetivos de uma escola que "encanta".
A escola, ao longo de toda vida, deve basear-se em quatro pilares:
- Aprender a conhecer, combinando uma cultura geral, suficientemente vasta, com a possibilidade de trabalhar em profundidade um pequeno número de matérias. O que também significa: aprender a aprender, para beneficiar-se das oportunidades oferecidas pela educação ao longo de toda a vida.
- Aprender a fazer, a fim de adquirir, não somente uma qualificação profissional mas, de uma maneira mais ampla, competências que tornem a pessoa apta a enfrentar numerosas situações e a trabalhar em equipe. Mas também aprender a fazer, no âmbito das diversas experiências sociais ou de trabalho que se oferecem aos jovens e adolescentes, quer espontaneamente, fruto do contexto local ou nacional, quer formalmente, graças ao desenvolvimento do ensino alternado com o trabalho.
- Aprender a viver juntos desenvolvendo a compreensão do outro e a percepção das interdependências - realizar projetos comuns e preparar-se para gerir conflitos - no respeito pelos valores do pluralismo, da compreensão mútua e da paz.
- Aprender a ser, para melhor desenvolver a sua perdonalidade e estar à altura de agir com cada vez maior capacidade de autonomia, de discernimento e de responsabilidade pessoal. Para issso, não negligenciar na educação nenhuma das potencialidades de cada indivíduo: memória, raciocínio, sentido estético, capacidades físicas, aptidão para comunicar-se.
Max Haetinger, durante sua palestra, através de suas citações, sugeriu "sutilmente", que os Projetos de Aprendizagens serão a base de uma escola do futuro que já está presente em nossa realidade atual.
"Nesta sociedade vence quem é curioso".
"O homem aprende primeiro por necessidade ou sobrevivência, segundo por curiosidade."
"O profissional que tem sucesso é o profissional que tem diferenciais, ou seja, faz as coisas de forma diferente".
"Sempre responda uma pergunta com outra pergunta".
(para aguçar a curiosidade)
Sócrates
"Saber cuidar é mais que um ato, é uma atitude.
Portanto abrange mais do que um momento de doação de zelo e de desvelo.
Representa uma atitude de ocupação, preocupação,
de responsabilidade e de envolvimento afetivo com o outro."
Leonardo Boff

"Escola integrada culturalmente +
expressão cultural e artística presente na sala de aula +
tecnologia permanente =
aprendizagem real e consciente".
Max Guinter Haetinger

MOVIMENTO

Sempre tive o hábito de, alternadamente, misturar sula "séria" com brincadeira, ou seja, quando achava que o ambiente estava ficando "pesado", que os conteúdos apresentados aos alunos já não estavam despertando interesse, eu pedia para parar tudo e dizia: Vamos brincar!
Nunca registrei no meu plano diário estes momentos extra-classe! Nunca troquei ideias com ninguém sobre isso. Até a semana passada, quando, no conselho de classe de minha turma, relatei estes episódios para a coordenadora e a diretora da minha escola!
Expliquei que os meus objetivos não eram somente oferecer momentos de brincadeiras, mas sim de oferecer um "relaxamento" para a mente e o corpo do aluno e de mim mesma.
Fui apoiada nesta minha "técnica", pois relatei que após estes momentos, os alunos se tornavam mais aptos a reatar as atividades, com mais satisfação e oportunizando resultados positivos.
Neste último sábado, assisti a palestra do professor Max Haetinger - maravilhosa, por sinal! - e descobri que estava realizando justamente o que é necessário para a "estrutura da sala de aula desse século".
Conforme Haetinger, as estruturas da sala de aula desse século são: Movimento, Conhecimento, Valores e Expressão.
Baseados nestas estruturas e nos "Pilares da Educação", estaremos propiciando uma escola que encanta, onde a cooperação e colaboração são as bases das relações. A escola do lúdico, da expressão, do movimento e cultura, onde o afeto é a base das relações pedagógicas.
Não me considero nenhuma doutora em coisa nenhuma, mas sempre procurei dar minhas aulas como se eu fosse um dos alunos, procurando sentir o que eles sentem naquele momento, aprendendo da mesma forma que eles aprendem. Sei exatamente quando meus recursos estão atingindo os objetivos, ou quando devo dar uma "paradinha" para relaxar.
Continuarei a realizar estes momentos, que para mim são "mágicos". Não colocarei em meu planejamento diário, pois nunca sei exatamente o momento em que acontecerão, mas, com certeza, de agora em diante, serão registrados em minhas reflexões diárias. Estou apoiada em fontes concretas e não apenas na minha "percepção".


terça-feira, 25 de maio de 2010

DESAFIOS!

O estudo do desenvolvimento do ser humano constitui uma área do conhecimento da Psicologia cujas proposições concentram-se no esforço de compreender o homem em todos os seus aspectos, englobando fases desde o nascimento até o seu mais completo grau de maturidade e estabilidade. Tal esforço tem culminado na elaboração de várias teorias que procuram reconstituir, a partir de diferentes metodologias e pontos de vistas, as condições de produção da representação do mundo e de suas vinculações com as visões de mundo e de homem dominantes em cada momento histórico da sociedade.
Dentre essas teorias, a de Jean Piaget (1896-1980), que é uma de minhas fontes de referência, não foge à regra, na medida em que ela busca, como as demais, compreender o desenvolvimento do ser humano
Piaget sustenta que a gênese do conhecimento está no próprio sujeito, ou seja, o pensamento lógico não é inato ou tampouco externo ao organismo mas é fundamentalmente construído na interação homem-objeto.
Está implícito nessa ótica de Piaget que o homem é possuidor de uma estrutura biológica que o possibilita desenvolver o mental, no entanto, esse fato por si só não assegura o desencadeamento de fatores que propiciarão o seu desenvolvimento, haja vista que este só acontecerá a partir da interação do sujeito com o objeto a conhecer.
Piaget considera 4 períodos no processo evolutivo da espécie humana que são caracterizados "por aquilo que o indivíduo consegue fazer melhor" no decorrer das diversas faixas etárias ao longo do seu processo de desenvolvimento.
São eles:
1º período: Sensório-motor - 0 a 2 anos
2º período: Pré-operatório - 2 a 7 anos
3º período: Operações concretas - 7 a 11 ou 12 anos
4º período: Operações formais - 11 ou 12 anos em diante
A faixa etária de meus alunos encontra-se no 3º período, ou seja, das Operações Concretas.
Hoje, 25 de maio, dei uma série de desafios onde meus alunos apenas deveriam utilizar seu raciocínio lógico. Um de meus alunos, tido como de inclusão, não estava conseguindo refletir sobre as propostas dos desafios, não conseguia chegar a lugar algum. Pedi a ele que lesse as situações para mim e que desenhasse a situação. Junto comigo e, ao mesmo tempo, sem minha interação, ele conseguiu chegar à resposta.
Muitas vezes propomos uma atividade cuja "ordem" fica um pouco complicada para estes alunos. Ler de uma forma diferente, fazer o aluno ler de forma diferente não é dar a resposta, é apenas indicar a porta, e a chave para abrir esta porta o aluno encontrará com maior facilidade.

TEXTOS DIVERSIFICADOS

Segundo Piaget, a inteligência é o mecanismo de adaptação do organismo a uma situação nova e, como tal, implica na construção contínua de novas estruturas. Esta adaptação refere-se ao mundo exterior, como toda adaptação biológica. Desta forma, nossos alunos se desenvolvem intelectualmente a partir dos estímulos e exercícios oferecidos por nós, professores, e, mais principalmente, pelo meio que os cercam.
Não é possível crer que haja aprendizagem quando os estímulos oferecidos são monótonos e desinteressantes.
Durante a última semana, trabalhamos com textos diversificados (textos narrativos, recortes de reportagem, histórias de vida em prosa e pequenas histórias infantis para fixação ortográfica) cujo objetivo era diferenciar um do outro. Não podemos cobrar produções se o aluno desconhece o seu significado ou se nunca viu um semelhante.
A leitura da poesia O Buraco do Tatu, de Sérgio Caparelli, encantou os alunos, pois se trata de um tema gostoso de trabalhar - animais e rimas. Toda criança tem a mania de rimar o nome do colega com alguma coisa que seja engraçada e, na maioria das vezes, a graça fica por conta somente de quem rima. Aproveitamos esta criatividade e o exemplo da poesia de Caparelli para criar versos bem interessantes.
http://turma522.blogspot.com/2010/05/parodiando-o-buraco-do-tatu.html
Sobre a leitura de Emigração e as Consequências de Patativa do Assaré,não foi solicitado nenhum produção escrita, apenas discutimos sobre a vida daqueles que abandonam o seu chão, sua terra natal, para se aventurar por caminhos desconhecidos.
A dinâmica era montar um quebra-cabeça (xerocado) sobre as obras de Jocelito Ramos e Waldomiro de Deus, que retratam as aventuras e desventuras deste povo que vai em busca de uma vida melhor. Apresentei uma cópia das obras originais e fizemos um estudo sobre as mesmas. O que estamos vendo? O que não estamos vendo, mas está registrado aqui? Surgiram hipóteses maravilhosas! Aproveitamos e fixamos gramática, pois os alunos encontraram substantivos coletivos, adjetivos... Compararam as técnicas entre os dois artistas - um dos relatos "um pinta com cores fortes, apertando o pincel, o outro parece que mal encosta o pincel na tela (impressionismo)."
Os alunos se encantaram, também, com a reportagem sobre a vinda da família real para o Brasil. O texto narrava a difícil travessia e os companheiros de viagem nada bem-quistos (ratos e baratas). Este tema serviu de elo entre o passado e o presente, pois o aluno pôde comparar a vida complicada de antigamente com as facilidades da tecnologia dos dias de hoje. Foi muito interessante ver a surpresa das crianças ao constatar as dificuldades que, também, os ricos passavam antigamente.
Durante esta semana, também foi proposto aos alunos a resolução de alguns desafios, onde deveriam raciocinar com lógica sobre algumas situações normais no cotidiano de qualquer pessoa. À princípio, achei que estava "puxando" demais a capacidade das crianças, mas então lembrei que eles estão no Período Operatório Concreto (dos 7 aos 11 anos, aproximadamente).
Conforme essas etapas evolutivas, formuladas por Piaget, é o período em que o indivíduo consolida as conservações de número, substância, volume e peso. Já é capaz de ordenar elementos por seu tamanho, incluindo conjuntos, organizando, então, o mundo de forma lógica ou operatória.
Os resultados provaram que eu estava enganada sobre a capacidade dos alunos e comprovaram que este tipo de exercício mental somente pode oportunizar resultados gratificantes, inclusive no desenvolvimento daqueles alunos dispersos e com baixa aprendizagem.
Paulo Freire (Educação como Prática da Liberdade - 1979) usou muito o termo "contemplar" e é o que sempre procuro realizar em minhas aulas: dar exemplos diversos para que meus alunos possam contemplar, selecionar e registrar a aprendizagem. Segundo Freire, contemplar é uma expressão que, apesar de mística, tem profundo sentido pedagógico, ao fazer desse contemplar a cultura, o sujeito da educação, o fenômeno educativo e, principalmente, o homem e a sociedade, um passo fundamental do que fazer pedagógico.

terça-feira, 18 de maio de 2010

POESIA? DE NOVO?

Pelo menos duas vezes por semana faço o momento da leitura com poesias da Coletânea de Poemas. Teve um momento em que achei que o gênero literário poderia estar sturando a paciência das crianças. Quem sabe mudar para outro tipo de leitura? Mas, como fui uma das poucas professoras que recebeu esta coletânea, queria aproveitá-la, na sua íntegra, com as crianças.
Cheguei até a procurar alguma fundamentação teórica que justificasse minha insistência no assunto. Nada encontrei!
Contudo encontrei citações nas quais apoiei minha escolha:
"Não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo, torná-lo sério, com adolescentes brincando de matar gente, ofendendo a vida, destruindo o sonho, inviabilizando o amor. Se a educação sozinha não transformar a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda." Paulo Freire.
"O saber 'entra' pelos sentidos e não somente pelo intelecto". Frei Betto.
As poesias apresentadas pela coletânea divulgam nossa história, de uma forma poética. Apresentam todos os seres vivos como personagens principais da vida e dignos de assim permanecerem.
Não sei de uma ferramenta mais "inteligente" para ensinar do que as prosas e os versos. Não que eu diga que outros gêneros literários sejam menos importantes, mas na faixa etária de meus alunos, nada é mais gratificante do que descobrir a vida através dos encantos da poesia.
Assim como os jogos didáticos, a poesia aflora a criatividade e a ternura que existe dentro de todo ser humano e que fica escondida pela realidade obscena e perversa que se assiste todos os dias.
"Os educadores precisam compreender que ajudar as pessoas a se tornarem pessoas é muito mais importante do que ajudá-las a tornarem-se matemáticas, poliglotas, ou coisa que o valha". Carl Rogers
Depois de ler as produções de meus alunos, chego a conclusão de que estou no caminho certo!

domingo, 16 de maio de 2010

TEXTO COLETIVO

Estava me preparando para o período de estágio desde a primeira aula deste ano letivo. Mesmo porque, é, praticamente, a primeira vez que leciono para uma turma de 5° ano.
Estava meditando sobre uma tarefa diferente que poderia aproveitar com os alunos e me lembrei de um texto coletivo que produzimos no início do Pead.
Por que não fazer um texto coletivo diferente dos textos que ainda se fazem nas escolas? (os alunos vão falando e a professora vais escrevendo no quadro).
Como estamos trabalhando, nestre trimestre, com o projeto Eu me aventuro..., diz a introdução de uma viagem e os alunos fizeram o resto, só que cada dia, cada aluno, escrevia nas páginas, mas não antes de ler o que os colegas escreveram.
http://turma522.blogspot.com/2010/05/historia-coletiva.html
Foi gratificante ler o que eles escreveram, escreveram a história, cada um de seu jeito, mas sem mudar o gênero literário e sem menos prezar o que o colega anterior escreveu.
O texto ficou muito interessante e estou pensando em iniciar um outro.

DINAMIZANDO O MOMENTO DA LEITURA

Todos os dias devemos ter um momento para a leitura. Estas leituras, necessariamente, não precisam ser individuais. A professora ou um dos alunos pode ler para a turma.
Faz algum tempo, recebi da coordenadora da escola uma Coletânea de Poemas e estou aproveitando cada página com muitas espectativas de sucesso com a turminha.
Não utilizo os poemas todos os dias, para não cair na rotina, mas nos dias em que um dos poemas é lido, sempre há uma dinâmica logo depois e os alunos sempre ficam curiosos para ver o tema do poema e imaginar: o que faremos depois?
Algumas vezes peço que cada um ilustre um dos versos do poema, mas na maioria das vezes, é sugerido que produzam poemas também.
O resultado destas produções artísticas faz com que eu sinta que Ainda vale a pena lecionar!
Veja, no Blog da turma, os versos que produziram:
http://turma522.blogspot.com/2010/05/nossos-versos.html
Os alunos produziram, também, Quadras Populares:
http://turma522.blogspot.com/2010/05/nossas-quadrinhas.html
Decididamente, acertei da escolha dos nossos Momentos de Leitura!

CIDADE ou MUNICÍPIO?

Estamos estudando os municípios do Vale do Sinos e, cada aluno, ficou responsável por pesquisar sobre uma determinada cidade.
Então, em meio a distribuição de municípios, surgiu a dúvida:
- Professora! É cidade ou município?
Confesso que não sabia responder se havia ou não alguma diferença entre as duas palavras.
Fui pesquisar!
Há diferença entre os conceitos dessas duas palavras:
Município é uma circunscrição administrativa, autômana do estado e administrada por um prefeito.
A palavra cidade é usada para descrever uma área de urbanização contígua, que pode abranger diversos municípios.
Fonte:
Wikipédia
Yahoo Respostas

segunda-feira, 10 de maio de 2010

BANDEIRA CIGANA

Hoje assiti a apresentação do 2° Projeto de Aprendizagem de meus alunos: VIDA CIGANA.
O tema deste PA surgiu durante a apresentação do 1° PA, que relata a vida dos índios brasileiros. E, durante a explanação de que havia índios que não tinham suas terras demarcadas porque eram nômades, eu me expressei: "São como os ciganos". Então, um dos alunos disse: "A gente também não sabe nada da vida dos ciganos". Surgiu o tema de um novo PA.
Voltando ao assunto, descobri que também pensava que conhecia a vida dos ciganos, muito pelo contrário, nada sabia!
Os ciganos são um povo rico em cultura e seguem um rígidas regras de comportamento, mas o que mais me chamou a atenção foi a Bandeira Cigana.
A bandeira foi instituída como símbolo internacional de todos os ciganos do mundo em 1791, pela International Gypsi Committee Organized, no First Worl Romani Congress (Primeiro Congresso Mundial Cigano), realizado em Londres.
A roda vermelha, no centro, representa a vida, o caminho a percorrer e o já percorrido, a tradição como continuísmo eterno, se sobrepõe ao azul e ao verde com seus aros representando a força do fogo, da transformação e movimento.
O azul representa os valores espirituais, a paz, a ligação do consciente com os mundos superiores, significando a libertação e a liberdade.
O verdee representa a mãe natureza, a terra, o mundo orgânico (subterrâneo), a força e a luz do crescimento vinculado com as matas, com os caminhos desbravados e abertos pelos ciganos. Representa o sentimento de gratidão e respeito pela terra, o que ela nos oferece, de preservação pela natureza. Simboliza também a relação de respeito por tudo o que ela nos oferece proporcionando a sobrevivência do homem e a obrigação de ser respeitada pelo homem que dela tira seus suprimentos, dvendo mantê-la defesa.
Mais uma vez aprendi com meus alunos, coisas que nem imaginava que existissem e que eles, com muito empenho, buscaram e apresentaram.

Fonte: www.guardioesdaluz.com.br/bandeira.htm

quinta-feira, 6 de maio de 2010

INDIOS: QUANTO MAIS LEIO, MAIS APRENDO


Estas imagens são completamente diferentes, mas são da mesma criança.
Quando foi sugerido o Projeto de Aprendizagem sobre a vida dos índios brasileiros, um dos alunos fez uma pergunta que me deixou surpresa e, ao mesmo tempo, envergonhada. Surpresa pela pergunta bem elaborada e envergonhada por nunca ter pensado neste assunto. A pergunta era: Eu sei que existe uma tribo no Brasil que mata as crianças deficientes. Existem outras tribos que fazem o mesmo?
Nunca tinha me passado pela cabeça que houvessem índios deficientes. Tenho vergonha de nunca ter pensado ou lido sobre este assunto. É claro que há índios deficientes: cegos, surdos, deficientes mentais e físicos. Qual o destino desses seres, vivendo numa cultura tão diferente da minha?
Quando foi apresentado o PA, o grupo responsável por este tema fez uma detalhada exemplificação do que ainda hoje ocorre entre as diferentes tribos. Confesso que não acreditei no que ouvi. Resolvi perquisar também.
Fiquei horrorrizada com o que li e vi (no vídeo do youtube).
Felizmente vi que existem pessoas interessadas em terminar com estas atrocidades:
O aluno que propôs a questão de investigação tem um irmão com Síndrome de Down e ele sempre se preocupou com o bem-estar e o futuro de seu irmãozinho (já conheço sua história desde o 3° ano). É lógico que ele se preocuparia com nossos irmãos sílvicolas que apresentam as mesmas deficiências.
Depois desta aprendizagem sobre o assunto, fico imaginando quantas almas pereceram em prol de uma cultura e quantas pessoas, ditas civilizadas, não compactuaram com estas bárbaries (principalmente no vídeo, quem estava fazendo a filmagem?).
E meu pensamento foi além... todos os dias vejo, pelo noticiário, bárbaries semelhantes a estas, cometidas por pessoas cultas e com diploma de nível superior. Mas estas notícias passam ao longe da atenção do nosso povo, que está mais interessado nas fofocas entre os famosos, nos reality shows. A minha desinformação sobre o assunto não é causa de um olhar menos crítico sobre a realidade do nosso país?
Quero, ao longo deste ano letivo, aprender muito mais ainda com meus alunos, mas acima de tudo, quero aprender com eles a me dedicar mais ao sentimento humano. As crianças sonham, como qualquer adulto, mas elas não almejam, logo de início, as grandes alturas, elas voam no raso, aprendendo e ensinando a voar.