quarta-feira, 22 de abril de 2009

QUESTÕES ÉTNICOS - RACIAIS


É fato que a discussão sobre as questões étnicos-raciais vem se destacando em relação à tantas outras também prioridades nacionais. Depois da eleição do primeiro presidente norte-americano de raça negra, estas discussões se sobressairam ainda mais. Também, devido à implantação de leis que visam uma reflexão sob o ponto de vista do multiculturalismo, tais como à de cotas de acesso de negros nas universidades.
Em 10 de março de 2008, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei
11465/08, que inclui no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena".
Já existia a Lei 10439/03 que previa a obrigatoriedade do ensino sobre história e cultura afro-brasileira. Agora, com esta nova lei, confere-se o mesmo destaque ao ensino da história e cultura dos povos indígenas.
Contudo, é necessário mais do que leis para promover uma conscientização.
Brancos, negros, amarelos, peles vermelhas, todas as etnias são alvo de discriminação e discriminam também. Basta que o indivíduo esteja fora do seu contexto étnico ou social para ser discriminado.
Não podemos continuar com este pensamento urópico de que somos um povo desenvolvido, sem preconceitos e sem discriminações se não nos preocuparmos com uma educação realmente voltada para todas essas questões.
A proposta de uma educação voltada para a diversidade coloca a todos nós, profissionais da educação, o grande desafio de estar atentos às diferenças econômicas, sociais e raciais e de buscar o domínio de um saber crítico que permite interpretá-los.
Trabalhar igualmente essas diferenças não é um tarefa fácil para o professor, porque para lidar com elas é necessário compreender como a diversidade se manifesta e em que contexto. Portanto, pensar uma educação escolar que integre as questões étnicos-raciais significa progredir na discussão a respeito das desigualdades raciais, das diferenças raciais e no direito de ser diferente.
Embora sabe-se que seja impossível uma escola igual para todos, devemos acreditar que é possível a construção de uma escola que respeite e reconheça que os alunos são diferentes, que possuem uma cultura diversa.


TEORIAS PIAGETIANAS







Jean Piaget foi um dos investigadores mais influentes do século 20 na área da psicologia do desenvolvimento. Ele acreditava que o que distingue o ser humano dos outros animais é a sua capacidade de ter um pensamento simbólico e abstrato.


Piaget acreditava que a maturação biológica estabelece as pré-condições para o desenvolvimento cognitivo. As mudanças mais significativas são mudanças qualitativas (em gênero) e não qualitativas (em qualidade).


Piaget descreveu dois processos utilizados pelo sujeito na sua tentativa de adaptação: assimilação e acomodação.


A assimilação consiste na tentativa do indivíduo em solucionar uma determinada situação a partir da estrutura cognitiva que ele possui naquele momento específico da sua existência. Representa um processo contínuo na medida em que o indivíduo está em constante atividade de interpretação da realidade que o rodeia e, consequentemente, tendo que se adaptar a ela. Como o processo de assimilação representa sempre uma tentativa de integração de aspectos experenciais aos esquemas previamente estruturados, ao entrar em contato com o objeto do conhecimento, o indivíduo busca retirar dele as informações que lhe interessam deixando outras que não lhe são tão importantes, visando sempre a restabelecer a equilibração do organismo.


A acomodação, por sua vez, consiste na capacidade de modificação da estrutura mental antiga para dar conta de dominar um novo objeto do conhecimento. Quer dizer, a acomodação representa o momento da ação do objeto sobre o sujeito emergindo, portanto, como o elemento complementar das interações sujeito-objeto. Em síntese, toda experiência é assimilada a uma estrutura de idéias já existentes (esquemas) podendo provocar uma transformação messes esquemas, ou seja, gerando um processo de acomodação.

Existem muitas críticas sobre a teoria de Piaget: há dúvidas sobre a metodologia em suas pesquisas. Há quam diga que le subestimou a importância do conhecimento, subestimou as capacidades das crianças, subestimou o impacto da cultura.

Acho importante, como professora, a teoria de Jean Piaget sobre o desenvolvimento da aprendizagem: ela capta as grandes tendências do pensamento da criança e encara as crianças como sujeitos ativos da sua aprendizagem.

É importantíssimo usar a teoria Piagetiana como apoio no processo de ensino/aprendizagem, devemos apenas adaptá-la ao nosso público-alvo, considerando o meio ambiente em que está inserido o aluno.

Mas, apesar de ainda achar válidas, me pego a divagar sobre Piaget a formular suas teorias em pleno terceiro milênio. Quais outras características ele incorporaria a cada estágio do desenvolvimento? O que ele diria sobre uma criança qua abandona a escola para ingressar no mundo das drogas e do vandalismo, um semi-analfabeto que é mestre em traquinages e imoralidades? O que ele diria sobre uma criança que ainda não domina o mundo das letras e dos números, ms manipula corretamente um celular ou um computador?



terça-feira, 7 de abril de 2009

PIAGET x VYGOTSKY

Tanto Piaget como Vygotsky concebem a criança como um ser ativo, atento, que constantemente cria hipóteses sobre o seu ambiente.
Porém, eles divergem na maneira de conceber o processo de desenvolvimento da criança.
Piaget privilegia a maturação biológica; Vygotsky, o ambiente social.
Piaget acredita que os conhecimentos são elaborados espontaneamente pela criança, de acordo com o estágio de desenvolvimento em que esta se encontra. Vygotsky discorda de que a construção do conhecimento procede do individual para o social, defende que a criança já nasce num mundo social e, desde o nascimento, vai formando uma visão desse mundo através da interação com adultos e crianças mais experientes.
Piaget acredita que a aprendizagem subordina-se ao desenvolvimento e tem pouco impacto sobre ele. Com isso, ele minimiza o papel da interação social. Vygotsky, ao contrário, postula que desenvolvimento e aprendizagem são processos que se influenciam reciprocamente, de modo que, quanto mais aprendizagem, mais desenvolvimento.
Segundo Piaget, o pensamento aparece antes da linguagem, que apenas é uma das formas de expressão.Já para Vygotsky, pensamento e linguagem são processos interdependentes, desde o início da vida.
Quanto à relação educador/educando, Vygotsky afirma que não deve ser uma relação de imposição, mas sim uma relação de cooperação, de respeito e de crescimento. O aluno deve ser considerado como um sujeito interativo e ativo no seu processo de construção de conhecimento. Assumindo, o educador, um papel fundamental nesse processo, como um indivíduo mais experiente.
Piaget coloca que a relação professor/aluno tem que ser baseada no diálogo mais fecundo, onde os "erros" dos alunos passam a ser vistos como integrantes do processo de aprendizagem. Isso se dá porque à medida que o aluno "erra", o professor consegue ver o que se está sabendo e o que ainda deve ser ensinado.
A divergência nas teorias de Piaget e Vygotsky nos impõe uma reflexão sobre o assunto e nos remete para nossas próprias experiências, como mestre, como indivíduo que muito aprendeu e que muito ainda tem que aprender.
Concordo com Piaget quando "...o aprender não se reduz à memorização, mas sim ao raciocínio lógico, compreensão e reflexão". Mas discordo de sua teoria em que o aprendizado é individual e o professor deve apenas assumir o papel de instigador e provocador. É claro que devemos, nós professores, instigar e provocar a curiosidade do aluno num determinado assunto. Mas isto não basta para que ocorra a aprendizagem. Devemos, também relacionar o conteúdo com fatos reais, concretos,e, se for o caso, indicar caminhos para que a construção do conhecimento seja iniciada.
Para Vygotsky, a construção do conhecimento se dará coletivamente, portanto, sem ignorar a ação intrapsíquica do sujeito. Concordo com o modo como ele conceituou o desenvolvimento intelectual de cada pessoal: um real e um potencial.
O nível real é aquele já adquirido ou formado, que determina o que a criança já é capaz de fazer por si própria porque já tem um conhecimento consolidado.
O nível potencial é quando a criança ainda não aprendeu tal assunto, mas está próxima de aprender, e isso se dará principalmente com a ajuda de outras pessoas.
Vai ser na distância desses dois níveis que estará um dos principais conceitos de Vygotsky: as Zonas de Desenvolvimento Proximal (série de informações que a pessoa tem a potencialidade de aprender mas ainda não completou o processo; conhecimentos fora do seu alcance atual, mas potencialmente atingíveis.


Jean Piaget (1896-1980): Psicólogo e filósofo suiço.
Considerado por muitos escritores de livros sobre psicologia







Lev Semenovitch Vygotsky (1896-1934): Psicólogo bielo-russo.

Fontes:

http://www.revistaescola.abril.com.br/

www.brasilescola.com/

http://www.wikipédia/



domingo, 5 de abril de 2009

2008/2009 CONQUISTAS E EXPECTATIVAS




Minha maior conquista no ano de 2008 foi poder brindar a chegada de 2009, com saúde, em paz, amada e amando, sorrindo e alimentando sorrisos, sendo feliz.
Quanto ao Pead, 2008 foi palco de muitas aprendizagens:
Passei a conhecer as relações recíprocas que existem entre o desenvolvimento do indivíduo (ontogênese) e o de sua espécie (filogênese), citados por Dienes.
Reconheci que posso ser senhora do meu tempo, discordando de mim mesma quando pensava que não tinha tempo para nada.
Adorei a interdisciplina "Psicologia da Vida Adulta". Sentia-me, às vezes, o modelo inspirador de minhas atividades.
Aprofundei minhas teorias sobre Gestão Democrática, federalismo, descentralização do poder.
Organização e Gestão da Educação, uma interdisciplina que oportunizou-me, em uma de suas atividades, um enorme prazer: ler e dissertar sobre rodas as Constituições Brasileiras. O estudo destas constituições obrigou-me a ler, também, sober a situação política brasileira desde a primeira Constituição. Neste mesmo blog, o texto "Da árvore que chora ao grito do povo" é um breve relato da história política do Brasil entre 1877 e 1984.
Espero que em 2009, as interdisciplinas se entrelacem e ofereçam excelentes oportunidades de busca do conhecimento e que, através destas aprendizagens, eu me sinta mais forte, mais capaz, mais segura para enfrentar a complexa tarefa de ser professora.
Eu quero em 2009 e em todos os anos vindouros, como diz a letra da melodia de Roberto e Erasmo Carlos "Eu quero apenas...
...Eu quero crer na paz do futuro,
Eu quero ter um quintal sem muro.
Quero meu filho pisando firme,
Cantando alto, sorrindo livre.
Quero levar o meu canto amigo
A qualquer amigo que precisar.
Eu quero amor decidindo a vida,
Sentir a força da mão amiga.
O meu irmão com sorriso aberto,
Se ele chorar quero estar por perto..."


quarta-feira, 1 de abril de 2009

PARA LER QUANDO A DESESPERANÇA DOER



Tenho nas minhas mãos
dois caminhos, duas decisões,
mesmo quando tudo parece desabar.
Cabe a mim decidir, entre rir e chorar,
entre ir ou ficar, entre desistir ou lutar.
Se o mar está revolto, posso ficar na praia
ou sair para pescar e, talvez, nunca mais voltar.
Tenho nas minhas mãos, o bem e o mal,
e entre eles poucos pensamentos.
Um dia para fazer sem culpa, o outro pensa,
reflete e pede para esperar.
Enquanto o mundo se perde em erros, posso me manter serena, sem medos...
...porque tenho a chave da minha vida nas minhas mãos.
Então, hoje, me sinto mais forte,
pois atravessei os desertos da alma.
Amei quem não me amou e deixei de lado quem muito me amava.
Atravessei caminhos nem sempre floridos,
que deixaram marcas profundas em mim...
...mas amei e fui amada...
... por isso, tenho nas minhas mãos bem mais que a vida.
Tenho a dúvida e a certeza, a esperança e o medo,
o desejo e a apatia, o trabalho e a preguiça,
e me dou o direito de errar sem se cobrar e acertar sem se gabar...
... porque descobri no caminho incerto da vida,
que o mais importante é o decidir.
E decidi, de uma vez por todas,
ser simplesmente feliz
e este caminho não tem volta.
(autor desconhecido)

RACISMO





O racismo é a tendência do pensamento, ou o modo de pensar em que se dá grande importância à noção de existência de raças humanas distintas e superiores umas às outras. Onde existe a convicção de que alguns indivíduos e sua relação entre características físicas hereditárias, e determinados traços de caráter e inteligência ou manifestações culturais, são superiores a outras.
O racismo não é uma teoria científica, mas um conjunto de opiniões pré concebidas onde a principal função é valorizar as diferenças biológicas entre os seres humanos, em que alguns acreditam ser superiores aos outros de acordo com sua matriz racial. A crença da existência de raças superiores e inferiores foi utilizada muitas vezes para justificar a escravidão, o domínio de determinados povos por outros, e os genocídios que ocorreram durante toda a história da humanidade.
Será que a prática do racismo ainda está em voga?
Acho desnecessário citar os anos de horror plantados por aquele anticristo, o Hittler.
A América também foi palco de uma escravidão impiedosa durante 300 anos, tratando homens, mulheres e crianças negras como se fossem animais, roubando-lhes o direito à vida, à dignidade e à liberdade.
Os americanos permitiram durante muitos anos, a existência de sociedades secretas como os Cavaleiros da Camélia Branca e a Klu-Klux-Klan, que perseguiram, torturaram e queimaram vivos, em praças públicas, qualquer pessoa negra ou branca que lutasse contra a não-segregação racial.
A ignorância humana ceifou muitas vidas em prol da chamada "raça superior":
@ Abraham Lincoln (1865), presidente norte-americano republicano abolicionista contrário à escravidão de seres humanos.
@ Martin Luther King (1968), Prêmio Nobel da Paz e portador de propostas de igualdade racial e de direitos civis a todos.
@ John Kennedy (1963), presidente norte-americano e único, até então, que teve coragem de enviar tropas do exército para garantir os direitos civis da população negra nos Estados onde os negros eram massacrados.
@ Robert Kennedy (1968), senador e ministro da justiça, lutador incansável pelos direitos humanos.
A menos de meio século atrás, nos Estados Unidos, eram permitidas leis que proibiam casamentos inter-raciais.
Apesar de todas essas evidências de que o povo norte-americano é racista, posso argumentar que a minoria que defende a não-segregação está entrando vitoriosa no terceiro milênio.
Os americanos estão se permitindo sonhar juntos com o pastor Luther King e seu sonho de liberdade e igualdade não é mais uma utopia: "...um dia verei nas rubras colinas da Geórgia, os filhos de antigos escravos e os filhos de antigos senhores de escravos sentados juntos à mesa da fraternidade ...e até mesmo o estado de Mississipi, um estado sufocado pelo calor da injustiça, fosse transformado num oásis de liberdade e justiça..."
Ainda que tardiamente, a América reconheceu que os seres humanos de qualquer cor não terão sucesso se caminharem com medo uns dos outros, sobretudo pela ungenuidade de acharem que a diferença está na cor da pele. Reconheceram que foi um homem de pele branca, rico e poderoso que quase levou o mundo à mais uma guerra mundial sem precedentes, por sua arrogância, prepotência e impiedade. A grabde maioria branca elegeu o primeiro presidente negro da república.
Mas nos outros pontos desse planeta, acabou a discriminação racial ou as opiniões retrógradas estão apenas mascaradas?
As pessoas ainda precisam aprender a se respeitarem como humanos, independentemente das diferenças. A eleição de Barack Obama apenas mostra que um indivíduo, seja negro, branco, amarelo, índio, oriundo de classes abastadas ou pobres, podem ascender a posições relevantes e ajudarem a governar um país. A vitória de Obama é a vitória de todos nós, homens e mulheres do bem e que desejam a paz.