terça-feira, 19 de outubro de 2010

CASTIGAR POR QUÊ?

http://peadportfolio156706.blogspot.com/2009/05/crime-ou-simplesmente-castigo.html

Perante as notícias de crimes que ocorrem diariamente, seja no âmbito político ou social , a população pensa imediatamente que os responsáveis devem ser castigados e esperam que o Estado o faça - prendendo os criminosos. Raramente se interrogam acerca da justificação do castigo.

Perante a sociedade, aqueles que violam as leis merecem o seu castigo, independentemente de existirem ou não quaisquer consequências benéficas para eles ou para a própria sociedade.

Mas quanto aos crimes cometidos dentro das instituições escolares, por crianças e adolescentes?

Qual o castigo?

Cadeia? Pena de morte (como em alguns países)?

Definitivamente não!

A discussão atual, na sociedade e escolas, encontra-se centrada no recém nomeado bullying.

Os personagens envolvidos (pais, professores, alunos) culpam uns aos outros pela causa e evolução deste fenômeno. Mas o verdadeiro "problema" não se resume em descubrir de quem é a culpa, e sim em resolver a situação da melhor maneira, sem machucar ainda mais os envolvidos.

As crianças são naturalmente irrequietas, irreverentes, inconsequentes e, um pouco, irresponsáveis, e isto pode não ser tão negativo se puder ser bem aproveitado, principalmente na escola.

Os alunos modernos, da atualidade, não são mais indisciplinados ou desumanos que os de outrora, mas estão acostumados a um clima de impunidade pelo seu mau comportamento.

E os pais? São diferentes de nossos pais ou dos pais de nossos pais? Em alguns aspectos sim! Antigamente, os pais delegavam poderes aos professores. Entre estes poderes, aparecia a violência, impávida e inconsequente, num concurso de agressões físicas ou morais, ou ambas, causando medo e não respeito.

Isto mudou, mas a concepção de castigo ainda não!

A escola não pode mais "castigar" e acredito que o castigo, por si só, não vai gerar bons frutos.
É urgente que a escola habilite seus profissionais para lidar com o "problema" de agressividade e violência. Não basta, ao professor e ao aluno, estipular um "castigo" e achar que estará tudo resolvido. A criança merece muito mais do que isso. Ela deve entender e diferenciar o certo do errado.
O "castigo" deve fazer parte do processo educativo, e não uma vingança ou penitência. A criança deve ser responsabilizada, sim, pelos seus atos, mas ao contrário de punições arbitrárias e sem sentido, ela deve ter a oportunidade de reparar seu erro, assumindo um compromisso de não repetir, compromisso esse que deve ser assumido mais consigo do que com a escola.
É fato, não se pode negar, que um ato de indisciplina ou de violência, atinge emocionalmemte toda uma comunidade escolar, melindrando a postura de qualquer ser humano que nela esteja inserido. Mas, como adultos, devemos "assumir" o controle da situação com a responsabilidade de adultos sabedores das leis e regras impostas pela sociedade, deixando a razão falar mais que a emoção. Estudamos para isto. Nos preparamos, profissionalmente, para lidar com crianças e adolescentes e é nossa responsabilidade "saber" lidar com os envolvidos: agressores e vítimas.
Mas estamos habilitados a lidar com tamanha onda de "marginalidade", como é dito por aí? Não. Ainda não!
Temos de manipular emoções alheias e desconsiderar as nossas, em prol da nova geração.
"Quem aplica um castigo quando está irritado, não corrige, vinga-se".
(desconheço o autor)

Um comentário:

Simone Bicca Charczuk disse...

Oi Suzan!!

Nessa postagem te aproximas do TCC mas tangencias as interdisciplinas.

Abração!