Falar em aprendizagem por projetos é, necessariamente, se referir à formulação de questões pelo autor do projeto, pelo sujeito que vai construir o conhecimento. O aluno não é um ser desprovido de ideias e curiosidades, ao contrário. E é através dessas ideias e curiosidades, de seu conhecimento prévio que ele vai se movimentar e interagir com o desconhecido, provocando a construção do conhecimento.
Um PA vai ser gerado pelos conflitos, pelas perturbações no sistema de significações dos conhecimentos prévios do aprendiz.
Para começar, a curiosidade do aluno deve ser apresentada através de uma questão de investigação.
A questão de investigação norteia o projeto de aprendizagem e, por este motivo, ela deve ser uma questão ampla, para não restringir o assunto e encaminhar a aprendizagem para um único caminho, mas isto não significa que ela não possa ser refinada, reestruturada à partir dos conhecimentos que estão sendo construidos. E deve ser autêntica do aluno, deve ser gerada da curiosidade pelo novo e não algo que já é de seu conhecimento.
Após formular a questão de investigação, deve-se fazer um levantamento das dúvidas temporárias e da certezas provisórias que servirão de base para o estudo do assunto. Este assunto, esta procura por respostas irá refutar ou esclarecer as dúvidas e certezas e bem provável que surgirão novas dúvidas e novas certezas, estas deverão ser analisadas e incorporadas, ou não, ao projeto.
O professor deve servir de guia, de âncora, de suporte para a cosntrução do PA. Deve orientar o aluno a aproveitar os espaços de interação e de publicação de seu projeto. Ele deve ser de fácil compreensão, pelo professor, pelos colegas e por ele mesmo. É aconselhável, melhor, é necessário que façam Mapas Conceituais, pois eles são uma representação do conjunto de informações que mantem relações evidentes entre si. O mapa conceitual serve de guia para o que deve ser feito e de busca para o que já foi feito.
Os registros não devem fugir do tema proposto, pois eles são um documento do conhecimento adquirido.
A síntese final deve conter as aprendizagens construidas, os recursos utilizados, as principais fontes de busca.
Não é impossível realizar um PA sózinho, mas os alunos devem entender que o trabalho em grupo vai gerar debates, polêmicas, troca de ideias,...
Como nada anda só, ao buscar um conhecimento, o aluno vai se deparar com saberes referentes a outras áreas do conhecimento. Isto é interdisplinaridade. Os PAs oportunizam uma ligação significativa entre as múltiplas disciplinas.
Para concluir, o professor que utiliza como recurso pedagógico um PA, oportuniza seus alunos a não só encontrar informações, mas a aprender a selecionar o que realmente importa à questão inicial. Oportuniza a disciplina em sala de aula, pois quando os alunos são encaminhados por trilhas que captem a sua atenção, não haverá problemas de disciplina, desatenção e dispersão de objetivos.
A criança é um inquiridor por excelência, é de sua natureza perguntar e polemizar um assunto e é justamente esta curiosidade que lhe abrirá as portas do conhecimento, tornando um adulto crítico e dialógico. É imprescíndivel que o professor ou qualquer pessoa ligada à educação de uma criança fomente nela o hábito de questionar as situações.
Trabalhar com PA's implica em assumir responsabilidades sobre a real aprendizagem da criança. Para isso, é fundamental que o professor seja parceiro no trabalho do aluno, se proponha a acompanhar o processo e avaliar os resultados, juntamente com o aluno.
Observação: Esta postagem não premia nenhuma atividade em especial, ou melhor, premia todas. Ela me servirá de suporte e orientação para guiar meus alunos nos PA's vindouros.