terça-feira, 16 de junho de 2009

SALA DE AULA CONSTRUTIVISTA



Ao contrário do que muitos imaginam, Piaget não criou o construtivismo. Ele nunca se preocupou em formular uma pedagogia, dedicou a vida a investigar os processos da inteligência. Outros especialistas é que se valeram das suas descobertas para desenvolver propostas pedagógicas inovadoras.
Quem adotou e tornou conhecida a expressão "construtivismo" foi uma aluna e colaboradora de Piaget, a psicóloga Emília Ferreiro. Partindo da teoria do mestre, ela pesquisou a fundo, e especificamente, o processo intelectual pelo qual as crianças aprendem a ler e a escrever, batizando de construtivismo sua própria teoria.
Na verdade, se observarmos e analisarmos a trajetória de Piaget, podemos deduzir que ele nunca se preocupou com a transposição de suas teorias para a sala de aula.
Enquanto Piaget busca a forma como o sujeito constrói o conhecimento, o professor tem que transmitir um campo de conhecimentos prontos. No entanto, isto não é uma lei que deve ser executada. Através do construtivismo, o professor deve fazer a ponte entre a teoria piagetiana e o ambiente escolar.
Piaget não aponta respostas sobre o que e como ensinar, mas permite compreender como a criança e o adolescente aprendem, fornecendo um referencial para a identificação das possibilidades e limitações dos mesmos. Desta maneira, oferece ao professor uma atitude de respeito às condições intelectuais do aluno e um modo de interpretar suas condutas verbais e não verbais para poder trabalhar melhor com elas.
Para que uma sala de aula seja construtivista, é fundamental que o professor conceba o conhecimento sob a ótica levantada por Piaget, ou seja, que todo e qualquer desenvolvimento cognitivo só será efetivo se for baseado em uma interação muito forte entre o sujeito e o objeto. É imprescindível que se compreenda que sem uma atitude do objeto que perturbe as estruturas do sujeito, este não tentará acomodar-se à situação, criando uma futura assimilação do objeto, dando origem às sucessivas adaptações do sujeito ao meio, com o constante desenvolvimento de seu cognitismo.
A primeira das exigências é que o ambiente permita uma interação muito grande do aprendiz ao objeto de estudo. A interação deve integrar o objeto de estudo à realidade do sujeito, dentro de suas condições, de forma a estimulá-lo e desafiá-lo, mas, ao mesmo tempo, permitindo que as novas situações criadas possam ser adaptadas às estruturas cognitivas existentes, propiciando o seu desenvolvimento.
"A educação libertadora é, fundamentalmente, uma situação na qual tanto os professores como os alunos aprendem, devem ser os sujeitos cognitivos, apesar de serem diferentes". (FREIRE, 1996).
Fontes de referências:
"Desenvolvimento e Aprendizagem", Jena Piaget.
"Epistemologia Genética e Construção do Conhecimento", Tânia Marques.
"O que é o construtivismo?", Fernando Becker.
Fonte de Apoio:

Um comentário:

Simone Bicca Charczuk disse...

Oi Suzan, ótimas reflexões sobre a proposta construtivista. E pensando na tua sala de aula, te consideras construtivista? Abração, Sibicca