Conversinhas em sala de aula, desrespeito com o professor, troca de insultos e empurrões... É bem possível que cada professor que tenha assistiso ao filme, se identifique com o protagonista de Entre os Muros da escola.
A sala de aula e a escola são espelhos da sociedade. Se a sociedade vai bem , a escola vai bem. Se vai mal, a escola também vai mal. Não é possível termos uma escola exemplar como espelho de uma sociedade marcada por distorções. Mas, não há como negar que a escola não está fora da sociedade. Ela é um espaço onde as crianças chegam com seus próprios problemas, com sua própria cultura e temos de lidar com isso.
Nos tempos atuais, é a escola que deve dar as ferramentas para que o aluno encontre o seu lugar na sociedade. Dar não só o conhecimento mas também o modo de pensar que o ajudará a encontrar o seu espaço, a sua importância e a capacidade de objetivar sobra um futuro certo e harmonioso.
Entre os Muros da Escola é um filme que deve ser visto e sobre ele, e à partir dele, criar debates para auto-avaliação de professores, com o propósito de analisar a atual situação do ensino brasileiro. Esta reavalição não deve ser apenas pelas dificuldades dos alunos, pela evasão escolar ou por atitudes indisciplinadas, mas também as atitudes de muitos professores, suas ações diante das situações, suas inércias ou descasos. São muitos os objetivos utópicos, pois não são seguidos de ações concretas.
Uma cena maravilhosa e digna de ser citada é quando uma personagem, praticamente uma figurante durante toda a narrativa, se aproxima do professor e confessa, dolorosamente, que nada aprendeu. Quantos alunos saem da escola sem nada saber? Tá certo! Tiveram média suficiente no ano letivo. Mas essas "notas" não seriam fruto de pura decoreba? O conhecimento foi construido de fato e de direito? Este é outro ponto que deve ser reconsiderado: o sistema de avaliação.