terça-feira, 23 de junho de 2009

ENTRE OS MUROS DA ESCOLA




Conversinhas em sala de aula, desrespeito com o professor, troca de insultos e empurrões... É bem possível que cada professor que tenha assistiso ao filme, se identifique com o protagonista de Entre os Muros da escola.
A sala de aula e a escola são espelhos da sociedade. Se a sociedade vai bem , a escola vai bem. Se vai mal, a escola também vai mal. Não é possível termos uma escola exemplar como espelho de uma sociedade marcada por distorções. Mas, não há como negar que a escola não está fora da sociedade. Ela é um espaço onde as crianças chegam com seus próprios problemas, com sua própria cultura e temos de lidar com isso.
Nos tempos atuais, é a escola que deve dar as ferramentas para que o aluno encontre o seu lugar na sociedade. Dar não só o conhecimento mas também o modo de pensar que o ajudará a encontrar o seu espaço, a sua importância e a capacidade de objetivar sobra um futuro certo e harmonioso.
Entre os Muros da Escola é um filme que deve ser visto e sobre ele, e à partir dele, criar debates para auto-avaliação de professores, com o propósito de analisar a atual situação do ensino brasileiro. Esta reavalição não deve ser apenas pelas dificuldades dos alunos, pela evasão escolar ou por atitudes indisciplinadas, mas também as atitudes de muitos professores, suas ações diante das situações, suas inércias ou descasos. São muitos os objetivos utópicos, pois não são seguidos de ações concretas.
Uma cena maravilhosa e digna de ser citada é quando uma personagem, praticamente uma figurante durante toda a narrativa, se aproxima do professor e confessa, dolorosamente, que nada aprendeu. Quantos alunos saem da escola sem nada saber? Tá certo! Tiveram média suficiente no ano letivo. Mas essas "notas" não seriam fruto de pura decoreba? O conhecimento foi construido de fato e de direito? Este é outro ponto que deve ser reconsiderado: o sistema de avaliação.

terça-feira, 16 de junho de 2009

SALA DE AULA CONSTRUTIVISTA



Ao contrário do que muitos imaginam, Piaget não criou o construtivismo. Ele nunca se preocupou em formular uma pedagogia, dedicou a vida a investigar os processos da inteligência. Outros especialistas é que se valeram das suas descobertas para desenvolver propostas pedagógicas inovadoras.
Quem adotou e tornou conhecida a expressão "construtivismo" foi uma aluna e colaboradora de Piaget, a psicóloga Emília Ferreiro. Partindo da teoria do mestre, ela pesquisou a fundo, e especificamente, o processo intelectual pelo qual as crianças aprendem a ler e a escrever, batizando de construtivismo sua própria teoria.
Na verdade, se observarmos e analisarmos a trajetória de Piaget, podemos deduzir que ele nunca se preocupou com a transposição de suas teorias para a sala de aula.
Enquanto Piaget busca a forma como o sujeito constrói o conhecimento, o professor tem que transmitir um campo de conhecimentos prontos. No entanto, isto não é uma lei que deve ser executada. Através do construtivismo, o professor deve fazer a ponte entre a teoria piagetiana e o ambiente escolar.
Piaget não aponta respostas sobre o que e como ensinar, mas permite compreender como a criança e o adolescente aprendem, fornecendo um referencial para a identificação das possibilidades e limitações dos mesmos. Desta maneira, oferece ao professor uma atitude de respeito às condições intelectuais do aluno e um modo de interpretar suas condutas verbais e não verbais para poder trabalhar melhor com elas.
Para que uma sala de aula seja construtivista, é fundamental que o professor conceba o conhecimento sob a ótica levantada por Piaget, ou seja, que todo e qualquer desenvolvimento cognitivo só será efetivo se for baseado em uma interação muito forte entre o sujeito e o objeto. É imprescindível que se compreenda que sem uma atitude do objeto que perturbe as estruturas do sujeito, este não tentará acomodar-se à situação, criando uma futura assimilação do objeto, dando origem às sucessivas adaptações do sujeito ao meio, com o constante desenvolvimento de seu cognitismo.
A primeira das exigências é que o ambiente permita uma interação muito grande do aprendiz ao objeto de estudo. A interação deve integrar o objeto de estudo à realidade do sujeito, dentro de suas condições, de forma a estimulá-lo e desafiá-lo, mas, ao mesmo tempo, permitindo que as novas situações criadas possam ser adaptadas às estruturas cognitivas existentes, propiciando o seu desenvolvimento.
"A educação libertadora é, fundamentalmente, uma situação na qual tanto os professores como os alunos aprendem, devem ser os sujeitos cognitivos, apesar de serem diferentes". (FREIRE, 1996).
Fontes de referências:
"Desenvolvimento e Aprendizagem", Jena Piaget.
"Epistemologia Genética e Construção do Conhecimento", Tânia Marques.
"O que é o construtivismo?", Fernando Becker.
Fonte de Apoio:

quinta-feira, 11 de junho de 2009

AUTISMO

Autismo é uma desordem global do desenvolvimento. É uma alteração que afeta a capacidade da pessoa comunicar, estabelecer relacionamentos e responder apropriadamente ao ambiente.
Algumas crianças, apesar de autistas, apresentam inteligência e fala intactas, outras apresentam também retardo mental, mutismo ou importantes retardos no desenvolvimento da linguagem. Algumas parecem fechadas e distantes, outras presas a comportamentos restritos e rígidos padrões de comportamento.
Geralmente a criança chega à escola sem que os pais percebam que o filho é autista. É importante que nós, professores, saibamos reconhecer este quadro.
Os autistas apresentam algumas características comuns:
- Não estabelece contato com os olhos.
- Parece surdo.
- Pode someçar a desenvolver a linguagem, mas repentinamente isto é interrompido, sem retorno.
- Age como se não tomasse conhecimento do que acontece com os outros.
- Ataca e fere outras pessoas, mesmo que não exista motivos para isso.
- É inacessível perante as tentativas de comunicação de outras pessoas.
- Ao invés de explorar o ambiente e as novidades, restringe-se e fixa sua atenção em poucas coisas.
- Apresenta certos gestos imotivados, como balançar as mãos ou qualquer outra parte do corpo.
- Costuma cheirar ou lamber os objetos (brinquedos, por exemplo).
-Mostra-se insensível aos ferimentos, podendo, inclusive, ferir-se intencionalmente.
Estas características podem auxiliar no "diagnóstico". Uma criança que apresenta estas particularidades, pode ser um autista e tem o direito de ser tratada. Cabe ao professor tomar as atitudes necessárias para que o aluno leve uma vida digna.
Fonte de apoio:
"Autismo: Atuais interpetações para antigas observações".
de Cleonice Bosa.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

VIOLÊNCIA INFANTIL

"Seria importante a escola inserir em seu contecto o respeito pelo processo de desenvolvimento moral, não tachando mais certos comportamentos como violentos, mas como características de uma determinada fase da construção da autonomia da criança, pois para que o sentimento de justiça se desenvolva, são necessários o respeito mútuo e a solidariedade entre as crianças e os adultos".
Iniciei esta postagem com uma citação de Jaqueline Santos Picetti, extraida do texto: "Significações de Violência na Escola: equívocos de compreensão dos processos de desenvolvimento moral na criança?"
A violência protagonizada pelas crianças e jovens nas escolas é uma realidade inegável, não tem esconder ou ignorar.
Devido às exigências da modernidade, as famílias, muitas vezes, destituem-se da sua função educativa, delegando-a à escola. A escola, por outro lado, além de tentar combater as causas, precisa entender e procurar controlar as consequências desses atos violentos.
As palavras da autora acima citada, além de iluminarem meu caminho em busca de um esclarecimento sobre o modo de agir perante as situações descritas, me apresentaram a teoria de Piaget (O Juízo Moral da Criança). A leitura do texto de Jaqueline e da sinopse de Piaget me fizeram entender que meus alunos (em torno de 8 anos de idade) ainda estão construindo as noções de justiça, solidariedade, responsabilidade. Ou seja, a criança é protagonista de uma cena de violência, mas ainda não está "pronta" para fazer um julgamento correto sobre seus próprios atos e os dos outros, que muitas vezes são reflexos do seu cotidiano.
A socialização é um processo interativo, necessário para o desenvolvimento, através do qual a criança satisfaz suas necessidades e assimila a cultura ao mesmo tempo que, reciprocamente, a sociedade se perpetua e desenvolve. Dentro desse contexto, a escola exerce um papel importante na consolidação do processo de socialização, processo esse que ocorre já no inicio da vida da criança.
A forma pela qual as crianças lidam com as regras, com a justiça e a moral varia no decorrer do processo de desenvolvimento. Para Piaget, os indivíduos desenvolvem sistemas conceituais que lhe permitem compreender e transformar a si e ao ambiente. Esta construção ocorre através das interações com o meio, onde a criança vai desenvolvendo suas próprias crenças.
De acordo com a teoria piagetiana, é no periodo escolar, compreendido a partir dos 7 anos, que as crianças evoluem da heteronomia (obediência à autoridade, à regra e ao dever) para a autonomia moral (superação da moral heterônima, a noção do Bem é derivada dos deveres).
A criança chega à escola levando consigo aspectos constitucionais e vivências familiares, porém o ambiente escolar será uma peça fundamental em seu desenvolvimento.
A escola não só deve intervir na transmissão do saber científico organizado culturalmente como influir em todos os aspectos relativos aos processos de socialização e individuação da criança, como são o desenvolvimento das relações afetivas, a habilidade de participar em situações sociais, a aquisição de destrezas relacionadas com a competência comunicativa, o desenvolvimento das condutas pró-sociais e da própria identidade.



Fonte de apoio: