sábado, 13 de setembro de 2008

MATURANA









Humberto Maturana, nascido em Santiago do Chile em 14 de setembro de 1928, é biólogo e criador da teoria da autopoiese e da Biologia do Conhecer, junto com Francisco Varela, e faz parte dos propositores do pensamento sistêmico e do construtivismo radical.
Sua teoria e forma de pensar acabam com o antigo dualismo mente-corpo, ao identificar o processo do viver com o processo cognitivo, e descrevendo organismo e sistema nervoso como sistemas fechados em sua organização, e determinados estruturalmente.
O resgatar as emoções dentro de uma deriva cultural que tem escondido as emoções, por ir contra a razão, é uma das aberturas de olhar propostas por Maturana, pois dá conta que a deriva natural do ser humano como um ser vivo particular, tem um fundamento emocional que determina esta deriva. O amor é a emoção que sustenta, funda o humano em tanto, é o fundamento da recorrência de encontros na aceitação do outro, como legítimo outro que dá origem à convivência social e, portanto, à possibilidade de constituição da linguagem, elemento constitucional do viver humano.
"Dizem que nós, seres humanos, somos animais racionais. Nossa crença nessa afirmação, nos leva a menosprezar as emoções e a enaltecer a racionalidade, a ponto de querermos atribuir pensamento racional a animais não-humanos, sempre que observamos neles comportamentos complexos. Nesse processo, fizemos com que a noção de realidade objetiva, se tornasse referência a algo que supomos ser universal e independente do que fazemos, e que usamos como argumento visando a convencer alguém, quando não queremos usar a força bruta". (extraído do livro "A Ontologia da Realidade" de Humberto Maturana, 1997).
"O amor é a emoção que constitui o domínio de condutas em que se dá a operacionalidade da aceitação do outro como legítimo outro na convivência, e é esse modo de convivência que conotamos quando falamos do social" (Maturana, 1998).
"A autoconsciência não está no cérebro - ela pertence ao espaço relacional que se constitui na linguagem. A operação que dá origem à autoconsciência está relacionada com a reflexão na distinção do que distingue, que se faz possível no domínio das coordenações de ações no momento em que há linguagem. Então a autoconsciência surge quando o observador constitui a auto-observação como uma entidade ao distinguir a distinção da distinção no linguajar". (Maturana, 1998).
"O educar se constitui no processo em que a criança ou o adulto convive com o outro e, ao conviver com o outro, se transforma espontaneamente, de maneira que seu modo de viver se faz progressivamente mais congruente com o outro no espaço de convivência". (Maturana, 1998).
"Viver e conhecer são mecanismos vitais. Conhecemos porque somos seres vivos e isso é parte dessa condição. Conhecer é condição de vida na manutanção da interação ou acoplamentos integrativos com os outros indivíduos e com o meio". (Rabelo, 1998).

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