domingo, 2 de dezembro de 2007

Desenvolvimento gráfico e escultório.


A interdisciplina "Artes VIsuais" me abriu novos horizontes no conhecimento de artes e na leitura das atividades artísticas realizadas por meus alunos.
Até então eu desconhecia os estágios (ou etapas) do desenvolvimento gráfico e escultório da criança.
Foi um grande aprendizado e, à partir de então, observo as obras artísticas de meus pupilos com outros olhos.
Mas para que tudo o que assimilei não caia no esquecimento, faço aqui o meu registro:
DESENVOLVIMENTO GRÁFICO
"Grafismo é todo e qualquer registro feito sobre uma superfície".
PRIMEIRO ESTÁGIO: Rabiscação ou garatuja.
SEGUNDO ESTÁGIO: Descoberta da relação existente entre o desenho e a realidade.
TERCEIRO ESTÁGIO: A criança passa a exprimir-se segundo o que ela vê.
QUARTO ESTÁGIO: Surgem as preocupações com a identidade e o mundo de forma aprofundada. O olhar passa a ser mais crítico e indagador.
DESENVOLVIMENTO ESCULTÓRIO
ETAPA I - Explorações de materiais (chapadas criculares).
ETAPA II - Movimentos mais complexos (esferas).
ETAPA III - Hastes (só comprimento e direção da forma são importantes).
ETAPA IV - Acrescentada a terceira dimensão.
ETAPA V - A criança usa, em suas construções, os volumes e as hastes.
ETAPA VI - Utilização de placas (formas bidimensionais) agregadas para representar os planos de construção do objeto.
ETAPA VII - Placas se tornam tridimensionais.
ETAPA VIII - A criança procura diferenciar o tamanho das formas, suas proporções, orientação espacial, etc...
Não posso deixar de lado duas citações que merecem um pouco de reflexão:
"Existe uma parcela de desenvolvimento gráfico infantil que é patrimônio universal da inteligência humana, e outra parcela que corresponde às circunstâncias geográficas, temporais e culturais do curso humano". (Edith Derdyk).
"... como educadores, acreditamos no poder de criatividade das pessoas, na individualidade de cada ser humano, acreditamos na necessidade vital que a criança tem de se expressar; porque somos contra a acomodação e desejamos a transformação". (Vianna - 1994).
Os estudantes de ensino fundamental (principalmente os da rede pública) são carentes de uma preparação artística prévia. O professor deve incentivar e oportunizar o aluno à transformar seus sentimentos em obras de arte, mas sem esquecer que o que importa apenas é que a obra esteja de acordo com aquilo que o aluno entende como obra de arte.
O maior obstáculo em aulas de educação artística reside na insegurança do professor e na sua ignorância sobre esta disciplina, mas o melhor dos ensinamentos acontece quando o professor trabalha com as sua próprias idéias e não com modelos rígidos nos quais não acredita ou desconhece.

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