Assim se inicia o texto de Maria Isabel Dalla Zen e Iole Faviero Trindade.
Este jargão é o mais comum na conversa entre professores e nos faz refletir: será que estamos observando se nossos alunos sabem ler?
A linguagem, expressa pela oralidade e grafia, é um processo mental de manifestação do pensamento e de natureza essencialmente consciente, significativa e orientada para o contato inter-pessoal.
Nossos alunos sabem falar mas, na atualidade, se utilizam de um palavreado grotesco, cheio de gírias e sem significado lógico. Por que? Ouso dizer que está faltando o hábito de ler, e a leitura deve ser estimulada desde o início da vida da criança, o que está sendo uma atividade supérflua.
Entre o falar, ler e escrever existe um longo caminho e trilhar por esta vereda deve ter muita motivação. A criança fala, fala, fala... mas na escrita manifesta uma grande dificuldade.
Utilizando a linguagem oral, durante uma conversação, o interlocutor está fisicamente presente, faz perguntas e exige respostas. A linguagem escrita é, praticamente, um monólogo com o papel, onde o interlocutor é imaginário. Não é utilizado a entonação na voz e é desprovida do recurso da expressão facial. Embora o aluno tenha alcançado, através da linguagem oral, um grau expressivo de imaginação, na escrita toda sua criatividade é podada.
Conforme as autoras, "conhecer e representar são processos inseparáveis" ... "Não importa questionar somente quem são os alfabetizados (sabem ler e escrever) e quem são os letrados (sabem ler e produzir textos), nem o que os torna alfabetizados ou letrados, mas a "invenção" da necessidade".
Como fomentar essa necessidade?
Influenciando na leitura.O chamado "Momento da leitura" deve ser utilizado de modo prático, ao invés da criança ler individualmente e silenciosamente, ela deve ser estimulada a ler em voz alta para a turma e a professora deve ensiná-la a ler, respeitando a pontuação e a entonação na voz. Cada vez que a criança produzir um texto, independente do conteúdo ou do tamanho, ela deve reler o que escreveu. Depende muito desse processo ser alfabetizado ou ser letrado.
Fontede inspiração:
"LEITURA, ESCRITA E ORALIDADE COMO ARTEFATOS CULTURAIS", de Maria Isabel Dalla Zen e Iole Faviero Trindade.